- HIST. DE MONTEJUNTO
- LENDAS DE PORTUGAL
- PPS E VIDEOS A SILVA
- DOCUMENTÁRIOS
- REIS DE PORTUGAL
- POVOS E CIVILIZAÇÕES
- MAR PORTUGUÊS
- MAIORES CLUBES MUNDO
- MUSEUS E PALÁCIOS
- MUSEU DO LOUVRE
- PALÁCIO AUGUSTUSBURG
- BERLINER STADTSCHLOSS
- MUSEU BRITANICO
- MUSEU DA COREIA DO SUL
- MUSEU DA CATALUNHA
- PALÁCIO DE POTSDAM
- PALÁCIO DO ELISEU
- PALÁCIO BUCKINGHAM
- MUSEU IMPERIAL
- MUSEU HERMITAGE
- PALÁCIO DO KREMLIN
- PALÁCIO DE VERSALHES
- PALÁCIO DE SCHOBRUNN
- CASTELO DE BUDA
- SOMERSET HOUSE
- RESIDENCIA MUNIQUE
- MUSEUS VATICANOS
- CIDADE PROIBIDA
- PALÁCIO DE BELÉM
- PAÇO DA RIBEIRA
- MUSEU DO CARAMULO
- PALACIO DE DOGE
- CASTELO DE MALBORK
- PALÁCIO REAL MADRID
- HAMPTON COURT
- PALÁCIO DO MONACO
- MUSEU DO PRADO
- FILOSOFOS GREGOS
- PERSONAGENS GREGAS
- MITOLOGIA GREGA
- HISTÓRIA DA GRÉCIA
- HISTÓRIA ROMA ANTIGA
- GRANDES PERSONAGENS
- IMPERADORES ROMANOS
- PERSONAGENS ROMANAS
- ESCRIT. PORTUGUESES
- FILOSOFIA CRISTÃ
- MARTINHO LUTERO
- CLEMENTE ALEXANDRIA
- BASILIO DE CESAREIA
- GREGÓRIO DE NAZIANZO
- ALBERTO MAGNO
- ANSELMO DE CANTUÁRIA
- ERASMO DE ROTERDÃO
- HUGO GRÓCIO
- GREGÓRIO DE NÍSSA
- IRINEU DE LYON
- TOMAZ DE AQUINO
- NICOLAU DE CUSA
- JOÃO CRISOSTOMO
- AMBRÓSIO
- CATARINA DE SIENA
- FILOSOFIA BIZANTINA
- ATANÁSIO ALEXANDRIA
- FLAVIO JUSTINO
- IMMANUEL KANT
- BLAISE PASCAL
- JACÓ ARMÍNIO
- CRISTIAN PRIMITIVO
- TERTULIANO
- PEDRO ABELARDO
- O MUNDO EM FOTOS
- FOTOS PELO MUNDO
- FOTOS CIDADES MUNDO
- CIDADES DO MUNDO
- VIAJAR PELO MUNDO
- FOTOS DE FRANÇA
- FOTOS DA ALEMANHA
- FOTOS DE ITÁLIA
- FOTOS DE ÁFRICA
- PALÁC. E MONUMENTOS
- PORTUGAL A.HISTÓRICAS
- FOTOS DE INGLATERRA
- FOTOS DO BRASIL
- CIDADES DE ISRAEL
- E.UNIDOS E CANADÁ
- ESPANHA-ULT.FOTOS
- FOTOS-ILHAS BALEARES
- FOTOS DE LA RIOJA
- FOTOS DE CORDOVA
- FOTOS DE GRANADA
- FOTOS DAS CANÁRIAS
- FOTOS DE EUSKADI
- FOTOS DE MÉRIDA
- FOTOS DE NAVARRA
- FOTOS DE CADIZ
- FOTOS-CAST ESPANHA
- FOTOS DA CATALUNHA
- FOTOS DE CANTÁBRIA
- FOTOS-CAST LA PLANA
- FOTOS DE SEVILHA
- FOTOS DE VALENCIA
- FOTOS DE MADRID
- FOTOS-COSTA HUELVA
- FOTOS CIDADE RODRIGO
- ESPANHA-VAR. CIDADES
- ESPANHA-NOVAS FOTOS
- FOTOS DE GUADALUPE
- FOTOS DE ARRANJUEZ
- FOTOS-CAT.ASTORGA
- FOTOS DE PLASENCIA
- FOTOS DE VAL CAÍDOS
- FOTOS DE BARCELONA
- FOTOS DE SANÁBRIA
- FOTOS DE LEON
- FOTOS-PONFERRADA
- FOTOS DE SOBRARBE
- FOTOS DE CARMONA
- FOTOS DE ZAMORA
- FOTOS DE ALCALÁ REAL
- FOTOS DE MATARRANHA
- FOTOS DE TENERIFE
- FOTOS DE LANZAROTE
- FOTOS DE TOLEDO
- FOTOS-VISTAS MADRID
- FOTOS-PAL.ANDALUCES
- FOTOS-STO ILDEFONSO
- FOTOS P ARAGONESES
- BELAS PAISAGENS
- PORTUGAL-AÇORES
- FOTOS P AOS AÇORES
- FOTOS-BELEZA AÇORES
- FOTOS-FÉRIAS AÇORES
- FOTOS DA ILHA DO PICO
- FOTOS-ILHA SÃO JORGE
- FOTOS-ILHA FLORES
- FOTOS DO FAIAL
- FOTOS DA GRACIOSA
- FOTOS-ILHA TERCEIRA
- FOTOS-PONTA DELGADA
- FOTOS-A DO HEROISMO
- FOTOS DE SÃO MIGUEL
- FOTOS DE SANTA MARIA
- FOTOS-V.F DO CAMPO
- FOTOS-PAT.RELIGIOSO
- FOTOS-RIBEIRA GRANDE
- FOTOS-NORD.S.MIGUEL
- FOTOS AÇ TURISTICO
- FOTOS-ILHA DO CORVO
- FOTOS-VELAS-S JORGE
- FOTOS PRAIA DA VITÓRIA
- FOTOS DA HORTA
- PORTUGAL-MADEIRA
- PORTUGAL-VÁRIOS
- FOTOS-CIDADE COIMBRA
- FOTOS DE AVEIRO
- FOTOS UNIVERSIDADE
- FOTOS-FIGUEIRA DA FOZ
- FOTOS DE VISEU
- FOTOS MOST LORVÃO
- FOTOS DE VALPAÇOS
- FOTOS-CABO ESPICHEL
- FOTOS-PELOURINHOS
- FOTOS DE AZULEJOS
- FOTOS DE CORETOS
- FOTOS-JARD BOTANICO
- FOTOS BIBLIOT.JOANINA
- PASSEIO DE VERÃO
- FOTOS DE FOLGOSINHO
- CONVT.S.JOÃO TAROUCA
- PORTUGAL-MINHO
- PORTUGAL-RECENTES
- PORTUGAL-ULT. FOTOS
- PORTUGAL CID-PORTO
- FOTOS DO PORTO
- FOTOS-VILA DO CONDE
- FOTOS-PÓVOA VARZIM
- FOTOS-MOST DE LEÇA
- FOTOS-SANT ASSUNÇÃO
- FOTOS-P.NOVA SINTRA
- FOTOS-CAMARA PORTO
- FOTOS-IGR.STA CLARA
- FOTOS-CASA DAS ARTES
- FOTOS DA SÉ DO PORTO
- FOTOS-QTA DA AVELEDA
- FOTOS-I.S FRANCISCO
- FOTOS-QUINTA BONJOIA
- FOTOS DE VALONGO
- FOTOS-IGREJA BONFIM
- FOTOS PORTO ANTIGO
- FOTOS PONTES DOURO
- FOTOS DE MATOSINHOS
- FOTOS DE V.NOVA GAIA
- FOTOS FOZ DO DOURO
- PORTUGAL-NOV.FOTOS
- PORTUGAL-OUT. FOTOS
- PORTUGAL-ALENQUER
- PORTUGAL-OESTE
- FOTOS-RAINHA LEONOR
- FOTOS-FOZ DO ARELHO
- FOTOS DO NADADOURO
- FOTOS DE ÓBIDOS
- FOTOS-CIDADE PENICHE
- FOTOS-VIMEIRO TERMAS
- FOTOS-BALEAL PENICHE
- FOTOS DA NAZARÉ
- FOTOS DAS BERLENGAS
- FOTOS S MART. PORTO
- FOTOS DO J BUDA EDEN
- FOTOS-PEDRA FURADA
- FOTOS DA BENEDITA
- FOTOS-TORRES VEDRAS
- FOTOS B SAO MARTINHO
- FOTOS DE ALCOBAÇA
- PORTUGAL-MARG SUL
- PORTUGAL-BARRAGENS
- PORTUGAL-ALENTEJO
- FOTOS DE ALCÁCER SAL
- FOTOS DO PESSEGUEIRO
- FOTOS DE PORTO COVO
- FOTOS-CIDADES SINES
- FOTOS-SANT DO CACÉM
- FOTOS CAST.MERTOLA
- FOTOS-CIDADE ELVAS
- FOTOS- FESTA DA FLOR
- FOTOS-CAPELA OSSOS
- FOTOS-COSTA DE SINES
- FOTOS- ALENT E OLIVA
- FOTOS DE ALJUSTREL
- FOTOS DE BARRANCOS
- FOTOS DE ALMODÔVAR
- FOTOS DE FRONTEIRA
- FESTAS DO POVO
- FOTOS-CASTELO VIDE
- FOTOS DA VIDIGUEIRA
- FOTOS DO REDONDO
- PORTUGAL-ALGARVE
- FOTOS-FORTE SAGRES
- FOTOS-CABO S.VICENTE
- FOTOS-PONTA PIEDADE
- FOTOS-ALGARVE 2011
- FOTOS DE SILVES
- FOTOS DE TAVIRA
- FOTOS-MONTE GORDO
- FOTOS-PRAIA ROCHA
- FOTOS DE ALCOUTIM
- FOTOS-LAGOS ALGARVE
- FOTOS DE FARO
- FOTOS DE PORTIMÃO
- FOTOS-ALVOR-ALGARVE
- FOTOS DO CARVOEIRO
- FOTOS-SRA.DA ROCHA
- FOTOS-CACELA VELHA
- FOTOS DE ALJEZUR
- FOTOS-PASSEIO FÉRIAS
- FOTOS DO ALGARVE
- FOTOS DE MONCHIQUE
- FOTOS CASTRO MARIM
- FOTOS DE OLHÃO
- FOTOS DE ALBUFEIRA
- FOTOS DE LOULÉ
- FOTOS DE ALTE
- PORTUGAL-LITORAL
- FOTOS DO MOST PRAIA
- FOTOS-DERR.CIMEIRA
- FOTOS-VENDA DA GAITA
- FOTOS-ALDEIA PICHA
- FOTOS-PEDR GRANDE
- FOTOS-JARD.PEDRÓGÃO
- FOTOS-ROT.BOMBEIROS
- FOTOS-POR PEDRÓGÃO
- FOTOS- CAST DE PÊRA
- FOTOS-POR CAST.PÊRA
- FOTOS-SRA.CONFIANÇA
- FOTOS-SERRA LOUSÃ
- FOTOS-SANTO ANTÓNIO
- FOTOS DE F.DOS VINHOS
- FOTOS-ESCALOS MEIO
- FOTOS-RIBEIRA DALGE
- FOTOS DE P.PEQUENO
- PRAIA DAS ROCAS
- PORTUGAL- LISBOA
- PORTUGAL- DOURO
- PORTUGAL-VAR.LOCAIS
- PORTUGAL-BEIRAS
- PORTUGAL-RIBATEJO
- PORTUGAL-ODEMIRA
- PORTUGAL EM FOTOS
- PORTUGAL-NORTE
- PORTUGAL-T. OS-MONTES
- PORTUGAL-GERÊS
- INQUISIÇÃO CATÓLICA
- COMENTARIOS
- CONTACTOS
|
2 |
Alves Redol
António Alves Redol, foi um escritor, considerado como um dos expoentes máximos do neo-realismo português.
Biografia
Redol tem sua origem nos espaços rurais infância marcada pela pobreza, já que seu pai era um comerciante de pequeno porte. Em função disso, começou desde cedo a trabalhar. Presencia, desde essa altura, as péssimas condições de vida do homem rural, o que, mais tarde, vai se refletir, preponderantemente, em sua escrita.
Inicialmente, almejava ser médico, mas, em decorrência da influência do seu avô, bem como do contato e da admiração pelos jornalistas e escritores, passa a aspirar ao ingresso no âmbito da escrita. Inicia-se nessa esfera aos 12 anos. Quando completa 14 anos, inicia sua colaboração na redação de textos para semanários e jornais. Trabalha, inicialmente, como vendedor de mercearias.
Quando completa 16 anos, em 1928, vai para África Angola e Luanda, onde exerce, primeiramente, a função de operário e, após isso, trabalha em uma fazenda, objetivando conseguir novas/melhores perspectivas de progresso futuro. Contudo, depara, nessa região, com uma intensa situação de miséria e pobreza.
Quando regressa a Portugal, passa a trabalhar como vendedor de caminhões, carros, pneus e óleos. Também lecionou Língua Portuguesa. Adere aos ideais do Partido Comunista Português e do Movimento de Unidade Democrática, contrapondo-se, veemente, à conjuntura política da época, trazendo à tona diversas questões “esquecidas”.
Em virtude de sua convivência com as péssimas condições de vida das camadas rurais e de vivenciar duplamente essas condições na infância e na juventude, volta seu olhar para a dimensão social, mais especificamente, para as questões de reivindicação de mudança social. A essa altura, reafirma a sua vocação para a escrita. Cria a Secção “De sol a sol”, no jornal O Diabo, em que passa a publicar textos voltados para as tensões sociais, contrapondo-se, assim, aos ideais de exploração dos regimes totalitários.
Fillus 2002 sinaliza o fato de a crise econômica da década de 1920 ocasionar uma serie de problemáticas sociais, tais como: desemprego, fome, miséria e, sobretudo, a crise do capitalismo. Diante dessa quadro, eclodem os Regimes Totalitários nos solo português, o Salazarismo, iniciando uma intensa repressão, censura e exploração das classes minoritárias.
Tendo como pano de fundo esse contexto, surge o Neorrealismo, uma literatura de cunho político, que se opõe, veemente, à opressão dos regimes totalitários. Eclode, assim, um novo conceito de arte em uma perspectiva de conscientização, acompanhada de novo papel social para o artista enquanto defensor da sociedade que busca melhorias a partir da ampliação da visão de mundo.
Isso entra em sintonia com Fillus 2002, pp. 127, que diz que o “movimento neorrealista corresponde a uma nova tomada de consciência da sociedade portuguesa”. Dentre os autores que defendem uma criação literária de denuncias das condições de exploração do povo em sua grande diversidade, está Alves Redol.
Figueiredo 2005 sinaliza o fato de a obra de Redol estar diretamente ligada às questões econômicas, políticas, sociais e culturais respeitantes ao mundo do autor. Ou seja, seus escritos se voltam para uma perspectiva de cunho social, primando, sobretudo, pela crítica ao Regime de Salazar Estado Novo, transformando suas obras em instrumento de intervenção social. Um aspecto que ilustra esse viés é o fato de esse autor não se restringir ao uso de histórias de ficção, mas, acima de tudo, lançar mão de histórias que focam na realidade social circundante. Algumas dessas temáticas que até então eram ignoradas.
Em vista disso, Redol sofre repressão da ditadura militar perseguição política, chegando até a ser preso e torturado. Ao lançar mão dessa postura de preocupação social, ele toma como base alguns ideais do marxismo e do socialismo, empregando-os em sua escrita os pressupostos de autores revolucionários clássicos tais como: Marx, Engels, Lenine, Lefebvre, Bukiharini e Friedman. E, à luz desses escritores adeptos do Marxismo e do Socialismo, Redol passa a abordar as condições de vida dos trabalhadores que viviam à margem da sociedade por conta de uma exploração desumana. Para tanto, ele retrata os diversos profissionais rurais e urbanos destacando seus inúmeros grupos, suas práticas corriqueiras do dia a dia e, sobretudo, suas péssimas condições de vida em decorrência do capitalismo.
Inúmeros aspectos expostos na obra de Redol refletirem suas vivências particulares. Partindo desse pressuposto, ele não só apresentava as mazelas a que era submetido esse povo, mas, sobretudo, evidenciava sua natureza . Com isso, as personagens do romancista, em geral, são apresentadas, de forma que suas individualidades sejam expostas. Contudo, refletem um todo na mesma condição. Isso, de certa forma, evidencia uma dicotomia individual X coletivo. Em alguns casos, ele até estabelece comparações entre o animal e o homem, em vista das péssimas condições de vida deste último. Porém, ao apresentar essa faceta, lança mão de uma crítica e de um discurso velado, em função da repressão política. Isto é, pelo fato de a literatura estar silenciada por conta da opressão, ele adéqua sua linguagem, escrevendo de forma não explícita. Em outras palavras, ele revela sua preocupação social, suas ideologias subjacentes e seu não-ditos, por intermédio de uma linguagem nem sempre objetiva e direta. Destaca-se, ainda, o fato de tal autor trabalhar em constante renovação do seu estilo de escrita.
A obra de Redol é amparada por uma perspectiva social, primando pela abordagem de aspectos sócio-políticos e econômicos, focalizando, em especial, personagens que refletem a diversidade dos grupos da sociedade portuguesa rural e urbana. Apesar de suas obras serem pautadas de uma perspectiva de junção de fatores, elegendo como objeto de estudo o romance, a dramaturgia, obras voltadas para crianças e jovens, destaca-se, sobretudo, a temática da preocupação social, evidenciando a desigualdade intensa na distribuição da rendas. Daí provém sua importância enquanto escrito neorrealista. Não só por “iniciar uma nova estética literária no século XX” , mas, sobretudo, por voltar seu olhar para o sofrimento do povo [a questão da exploração a que eram submetidos as pessoas das classes baixas, condições de vida, miséria, fome, prostituição etc..
Opiniões sobre Redol
Muitos críticos literários e autores expressaram suas opiniões sobre o autor, entre eles, Mário Dionísio que prefaciou a obra Barranco de Cegos com os seguintes dizeres: "...Romance do Ribatejo, sim, e o mais completo livro que se escreveu sobre uma região que já entusiasmara Garrett e interessara Ramalho. Romance duma família poderosa e dum mundo que em torno dela e sob ela gravita, de campinos, varinos, valadores. Mas romance também duma época e dum país. Fundamentalmente, de cegos que conduzem cegos para o barranco, na imagem de S. Mateus, e do esforço mais ou menos cego, denodado e violento, para evitar -lo em vão.Quem são os cegos? Os políticos dum governo que cede perante a desordens dos tempos indústria, caminhos-de-ferro, liberalismo em vez de reagir-lhes com dureza, como pensa Diogo Relvas."
A autora de contos e poesias para o público adulto e infantil Matilde Rosa Araújo diz: “Julgo que toda obra de Alves Redol vive na raiz de um profundo respeito de amor pelos direitos do Homem. E, necessariamente, pelos direitos da criança.”
Arquimedes da Silva Santos expressa sua opinião sobre Redol: “... a qualidade de uma outra sua arte, hoje tão raramente cultivada, a da amizade. Sentimo-la, companheiros de Vila Franca, quando promovia reuniões de leitura e reflexão em sua casa, emprestando-nos livros, levando-os a colaborar em jornais e revistas, ou organizando sessões culturais, passeios às lezírias e visitas a museus, aproximando pessoas de diferentes estratos socioeconómicos, de rurais e citadinos, de embarcadiços ribatejanos a universitários lisboetas, num convívio de comunhão, ousados nesses tempos de suspeição.”
Redol sobre si mesmo
Alves Redol recebeu duras críticas pelo fato de sua obra abordar personagens, temas e situações que não eram explorados pela literatura e de utilizar uma linguagem simples que incorporava a fala das personagens de acordo com o ambiente em que viviam. Por isso, na epígrafe de Gaibéus, ele dá o seguinte aviso: “Este romance não pretende ficar na literatura como obra de arte. Quer ser, antes de tudo, um documentário humano fixado no Ribatejo. Depois disso, será o que os outros entenderem".
Redol expressa seu orgulho e prazer de exercer sua profissão na declaração a seguir: “Se algum dia alguém me perguntasse que aprendizagem deveria um jovem fazer para chegar a romancista, se o ofício se ensinasse, eu diria que enquanto a vida lhe não desse todas as voltas e reviravoltas, amores, sofrimentos, repúdios, sonhos, frustrações, equívocos, etc., etc., seria avisado que o mandasse ensinar a sapateiro, não para saber deitar tombas e meias solas, porque nem para tanto ele usufruirá, às vezes, com a escrita, mas para que ganhasse o hábito de padecer bem, amarrado ao assunto durante largos anos, antes que provasse o paladar gostoso de algumas horas de pleno prazer.”
Fonte Wikipédia