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NATÁLIA CORREIA

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NATÁLIA CORREIA

Natália de Oliveira Correia foi uma intelectual, poeta a própria recusava ser classificada como poetisa por entender que a poesia era assexuada e activista social açoriana, autora de extensa e variada obra publicada, com predominância para a poesia. Deputada à Assembleia da República 1980-1991, interveio politicamente ao nível da cultura e do património, na defesa dos direitos humanos e dos direitos das mulheres. Autora da letra do Hino dos Açores. Juntamente com José Saramago Prémio Nobel de Literatura, 1998, Armindo Magalhães, Manuel da Fonseca e Urbano Tavares Rodrigues foi, em 1992, um dos fundadores da Frente Nacional para a Defesa da Cultura.

A obra de Natália Correia estende-se por géneros variados, desde a poesia ao romance, teatro e ensaio. Colaborou com frequência em diversas publicações portuguesas e estrangeiras. Foi uma figura central das tertúlias que reuniam em Lisboa nomes centrais da cultura e da literatura portuguesas nas décadas de 1950 e 1960. Ficou conhecida pela sua personalidade livre de convenções sociais, vigorosa e polémica, que se reflecte na sua escrita. A sua obra está traduzida em várias línguas.

Biografia

Quando tinha apenas onze anos o pai emigra para o Brasil, fixando-se Natália com a mãe e a irmã em Lisboa, cidade onde faz estudos liceais no Liceu D. Filipa de Lencastre. Iniciou-se na literatura com a publicação de uma obra destinada ao público infanto-juvenil mas rapidamente se afirmou como poetisa.

Notabilizada através de diversas vertentes da escrita, já que foi poetisa, dramaturga, romancista, ensaísta, tradutora, jornalista, guionista e editora , tornou-se conhecida na imprensa escrita e, sobretudo, na televisão, com o programa Mátria, onde advogou uma forma especial de feminismo afastado do conceito politicamente correcto do movimento, o matricismo, identificador da mulher como arquétipo da liberdade erótica e passional e fonte matricial da humanidade; mais tarde, à noção de Pátria e de Mátria acrescenta a de Frátria.

Dotada de invulgar talento oratório e grande coragem combativa, tomou parte activa nos movimentos de oposição ao Estado Novo, tendo participado no MUD Movimento de Unidade Democrática, 1945, no apoio às candidaturas para a Presidência da República do general Norton de Matos 1949 e de Humberto Delgado 1958 e na CEUD Comissão Eleitoral de Unidade Democrática, 1969. Foi condenada a três anos de prisão, com pena suspensa, pela publicação da Antologia da Poesia Portuguesa Erótica e Satírica, considerada ofensiva dos costumes, 1966 e processada pela responsabilidade editorial das Novas Cartas Portuguesas de Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta. Foi responsável pela coordenação da Editora Arcádia, uma das grandes editoras portuguesas do tempo.

A sua intervenção política pública levou-a ao parlamento, para onde foi eleita em 19803 nas listas do PPD Partido Popular Democrático, passando a independente. Foi autora de polémicas intervenções parlamentares, das quais ficou célebre, num debate sobre o aborto, em 1982, a réplica satírica que fez a um deputado do CDS sobre a fertilidade do mesmo.

Fundou em 1971, com Isabel Meireles, Júlia Marenha e Helena Roseta, o bar Botequim, onde durante as décadas de 1970 e 1980 se reuniu grande parte da intelectualidade portuguesa. Foi amiga de António Sérgio esteve associada ao Movimento da Filosofia Portuguesa, David Mourão-Ferreira a irmã que nunca tive, José-Augusto França a mais linda mulher de Lisboa  , Luiz Pacheco esta hierofântide do século XX", Almada Negreiros, Mário Cesariny era muito mais linda que a mais bela estátua feminina do Miguel Ângelo", Ary dos Santos beleza sem costura , Amália Rodrigues, Fernando Dacosta, entre muitos outros. Foi uma entusiasmada e grande impulsionadora pelo aparecimento do espectáculo de café-concerto em Portugal, na figura do polémico travesti Guida Scarllaty, o actor Carlos Ferreira, na época um jovem arquitecto de quem era grande amiga. Na sua casa, foi anfitriã de escritores famosos como Henry Miller, Graham Greene ou Ionesco.

A 13 de Julho de 1981 foi feita Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada. Natália Correia recebeu, em 1991, o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores pelo livro Sonetos Românticos. No mesmo ano a 26 de Novembro foi feita Grande-Oficial da Ordem da Liberdade.

Natália Correia casou quatro vezes. Após dois primeiros curtos casamentos, casou em Lisboa a 31 de Julho de 1953 com Alfredo Luís Machado 1904-1989, a sua grande paixão, bem mais velho do que ela e já viúvo, casamento este que durou até à morte deste, a 17 de Fevereiro de 1989. São já notáveis as cartas de amor da jovem Natália para Alfredo Luís Machado. Em 1990, tinha Natália 67 anos de idade, celebrou um casamento de conveniência com o seu colaborador e amigo Dórdio Guimarães.

Morte

Na madrugada de 16 de Março de 1993, morreu, subitamente, com um ataque cardíaco, em sua casa, depois de regressada do Botequim. A sua morte precoce deixou um vazio na cultura portuguesa muito difícil de preencher. Legou a maioria dos seus bens à Região Autónoma dos Açores, que lhe dedicou uma exposição permanente na nova Biblioteca Pública de Ponta Delgada, instituição que tem à sua guarda parte do seu espólio literário que partilha com a Biblioteca Nacional de Lisboa constante de muitos volumes éditos, inéditos, documentos biográficos, iconografia e correspondência, incluindo múltiplas obras de arte e a biblioteca privada.

Bibliografia activa

Grandes Aventuras de um Pequeno Herói romance infantil, 1945

Anoiteceu no Bairro romance, 1946 ; 2004

Rio de Nuvens poesia, 1947

Descobri Que Era Europeia: impressões duma viagem à América viagens, 1951 ; 2002

Sucubina ou a Teoria do Chapéu teatro, em colab. com Manuel de Lima, 1952

Poemas poesia, 1955

Dimensão Encontrada poesia, 1957

O Progresso de Édipo poema dramático, 1957

Passaporte poesia, 1958

Poesia de Arte e Realismo Poético ensaio, 1959

Comunicação poema dramático, 1959

Cântico do País Emerso poesia, 1961

A Questão Académica de 1907 ensaio, 1962

Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica: dos cancioneiros medievais à actualidade Antologia, 1965 ; 2000

O Homúnculo, tragédia jocosa teatro, 1965

Mátria Poesia, 1967

A Madona Romance, 1968 ; 2000

O Encoberto Teatro, 1969 ; 1977

O Vinho e a Lira Poesia, 1969

Cantares dos Trovadores Galego-Portugueses Antologia, 1970 ; 1998

As Maçãs de Orestes Poesia, 1970

Trovas de D. Dinis, Trobas d'el Rey D. Denis Poesia, 1970

A Mosca Iluminada Poesia, 1972

O Surrealismo na Poesia Portuguesa Antologia, 1973 ; 2002

A Mulher, antologia poética Antologia, 1973

O Anjo do Ocidente à Entrada do Ferro Poesia, 1973

Uma Estátua para Herodes Ensaio, 1974

Poemas a Rebate, poemas censurados de livros anteriores poesia, 1975

Epístola aos Iamitas poesia, 1976

Não Percas a Rosa. Diário e algo mais 25 de Abril de 1974 - 20 de Dezembro de 1975 Diário, 1978 ; 2003

O Dilúvio e a Pomba poesia, 1979

Erros Meus, Má Fortuna, Amor Ardente teatro, 1981 ; 1991

Antologia de Poesia do Período Barroco antologia, 1982

Notas para uma Introdução às Cantigas de Escárnio e de Mal-Dizer Galego-Portuguesas ensaio, 1982

A Ilha de Sam Nunca: atlantismo e insularidade na poesia de António de Sousa antologia, 1982

A Ilha de Circe romance, 1983 ; 2001

A Pécora, peça escrita em 1967 teatro, 1983 ; 1990

O Armistício poesia, 1985

Onde está o Menino Jesus? contos, 1987

Somos Todos Hispanos ensaio, 1988 ; 2003

Sonetos Românticos poesia, 1990 ; 1991

As Núpcias romance, 1992

O Sol nas Noites e o Luar nos Dias poesia completa, 1993 ; 2000

Memória da Sombra, versos para esculturas de António Matos poesia, 1993

D. João e Julieta, peça escrita em 1959 teatro, 1999

A Ibericidade na Dramaturgia Portuguesa ensaio, 2000

Breve História da Mulher e outros escritos antologia de textos de imprensa, 2003

A Estrela de Cada Um antologia de textos de imprensa, 2004

EXTRAÍDO DA WIKIPÉDIA

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